folha de montra
no lugar comum,
a cidade,
uma loja devoluta.
Perante a montra, decido sublinhar o espaço vazio.
Disponho de um gesto possível, do meu corpo e, ferramentas elementares.
Oculta pela quietude da cidade, desprendo do chão, o elemento que o vidro da montra, na sua completa transparência e capacidade reflexiva, revela mais numeroso, constante e, aparentemente, igual:
neste lugar, uma pedra.
Elevada e colocada em simetria com a cavidade aberta pela sua ausência, a pedra será reposta, cuidadosamente.
Armanda Duarte. Março de 2014
© A MONTRA 2013